16.10.08

your favourite darkness


Sentado na cadeira desejas tudo. Pensaste-te capaz de humanidades inteiras mas tens as mãos vazias. Olhas para trás e vês vidros atirados contra vidros partidos, vês o ruído das tuas batalhas perdidas, guerras ganhas por um coração obscuro. O cimento que te mantém de pé é o que te destrói aos poucos. És hoje aquilo que cuspiste para o lado ontem.

Ou julgas que és.

O que é que o espelho te devolve quando apagas a luz? Escuridão? Abre os olhos. Nunca deixaste de ser tu. Os anos passaram-te no desgaste epidérmico mas não te chegaram à alma. Quem julgas que és para desistires? Só aqueles que nunca rasgaram as mãos para ver as veias a vazarem o sangue é que podem desistir. Os outros ficam presos à vida por força de poemas pessoanos, timbres cohenianos e outros estupefacientes que tais. Estás aqui. Hoje. E o dia ainda nem sequer acabou.

1 comentário:

J. disse...

Depois de umas 26 visitas ( a multiplicar por um número indeterminado de entes a chover ...ou simplesmente especados em vários planos da realidade ), acho que não posso deixar de assinalar que fiquei intrigado por estas palavras, pelo que elas me sugeriram pessoalmente. E ainda não sei bem o que isso significa. Vou pensar. O dia nem sequer acabou ...

J.