17.10.07

I declare that the Beatles are mutants...

...prototypes of evolutionary agents sent by God with a mysterious power to create a new species _ a young race of laughing freemen.*

Declaro-me oficialmente parte da Beatlemania. Hoje, 40 anos depois do grande boom desta banda. Parece incrível, a destempo, despropositado até, não fossem estes 4 meninos os maiores génios da música do século XX. Com este pressuposto não será de estranhar que alguém algures no século XXIII chegue à mesma conclusão. Talvez seja demais este superlativo absoluto, talvez não seja. Opiniões há muitas. Aliás, como outras coisas, cada um tem a sua. Mas, digam-me, assim de repente, lembram-se de alguém que tenha feito mais (pela) música em tão pouco tempo?

(Obrigada a quem me despertou para este fenómeno. Sei que não sou uma discípula muito aplicada, mas, a meu ritmo, lá vou tirando as minhas conclusões.)

*Timothy Leary

ERRATA pós-post : Há que corrigir que o chamado boom dos Beatles foi em 1963, logo, há 44 anos e não há 40 como disse acima (isto depois de ser advertida e devidamente açoitada pelo meu mentor).

15.10.07

The Same Deep Water As You

kiss me goodbye pushing out before i sleep
can't you see i try swimming the same deep
water as you is hard "the shallow drowned lose
less than we" you breathe the strangest twist
upon your lips "and we shall be together..."

"kiss me goodbye bow your head and join with
me" and face pushed deep reflections meet
the strangest twist upon your lips and
dissapear the ripples clear and laughing break
against your feet and laughing break the mirror
sweet "so we shall be together..."

"kiss me goodbye" pushing out before i sleep
it's lower now and slower now the strangest
twist upon your lips but i don't see and i don't
feel but tightly hold up silently my hands
before my fading eyes and in my eyes your
smile the very last thing before i go...

i will kiss you i will kiss you i will kiss you
forever on nights like this i will kiss you i will
kiss you and we shall be together...

The Cure - Disintegration

12.10.07

Fios

Como é que as pessoas se ligam umas às outras? Amigos, amantes, família, há toda uma rede de ligações mais ou menos perigosas, mais ou menos intensas que acabam por tecer uma teia densa e quase indelével à nossa volta. Enquanto estamos distraídos a olhar para dentro nem notamos que um autêntico casulo se formou à nossa volta e todas as outras pessoas (aquelas que importam) estão do lado de fora.

Penso: a maior parte das pessoas vive assim a vida toda: com um emaranhado de fios à frente. Ligações antigas, ligações novas, ligações de sempre, todas se cruzam indiscriminadamente e já não sabemos qual o fio que devemos preservar com mais carinho, qual aquele que devemos romper o quanto antes. São todos iguais. E a vista para fora do casulo torna-se cada vez mais turva. Que fazer quando a emergência de salvar um dos fios surge? Como encontrar o fio que está tão frágil que precisa de ser reforçado, cuidado, acarinhado? Qual deles é? E a fonte não é nítida... Queremos olhar para fora do casulo, reconhecer o olhar que sabemos estar do outro lado, mas esta cegueira é a mais incapacitante de todas. O que resta?

Romper com todos os fios! Há que buscar forças e com uma implusão de revolta destruir este casulo com demasiados fios. Estalar todos eles de um só respiro. E depois? Reconstruir. Remendá-los. Um a um, aqueles que realmente te pertencem. Mas desta vez olhar e pegar em cada fio cuidadosamente e dar-lhe um lugar. Hão-de resistir. Hão-de até ficar mais fortes.

7.10.07

Putas

Os leitores são umas putas, amam-nos e depois deixam-nos. A. Lobo Antunes

Não será antes (ou pelo menos também) ao contrário? Não serão os autores as senhoras meretrizes que por detrás de uma montra, a cada romance, tentam agradar ao máximo de clientes possível de uma só vez? É claro que existem as mais elitistas, essas ou sobrevivem à conta de uma clientela fiel ou acabam a lavar escadas, piscando o olho ao desprevenido que passa, prometendo-lhe delírios se quiser descer até à arrecadação.

5.10.07

Joni



(porque a voz dela é límpida e inigualável. porque me faz lembrar momentos bons. porque há uma pessoa no mundo que entende.)

3.10.07

corpse

If I touch a burning candle
I can feel no pain
If you cut me with a knife
It's still the same
And I know her heart is beating
And I know that I am dead
Yet the pain here that I feel
Try and tell me it's not real
And it seems I still have
A tear to shed...