9.9.08

A contas com o bem que tu me fazes

Ficar. Viver a vida mais fácil, sem grandes mudanças, sem grandes apostas, mais calma, mais dócil, amansar os cavalos do destino e seguir o caminho mais previsível.

Partir. Sem saber para onde, sem saber para quê, apenas porque cá dentro há inquietação. Ser a pessoa que sou e não abdicar disso por nada. Ser só, mas ser inteiro.

À partida, quase toda a gente escolheria a segunda opção, mas curiosamente quase ninguém o faz efectivamente. Pior: às vezes pensam que escolhem a segunda e nunca sairam do caminho da primeira. A segunda é bela, é a mesma dos poemas homéricos, da poesia pessoana e mundana, das lyrics que esticamos e moldamos para caberem no nosso corpo.
Mas tudo isso é ficção, lê-se nos livros.

Consegues pôr o pé aqui no chão e viver a realidade assim?

O QCI regressou do reino de Hades para me sussurrar esta letra ao ouvido e dizer que há pessoas que conseguem Ser sem mais nada. Mesmo que fiquem sozinhos no fim. Mesmo que o mundo os repreenda e nunca os compreenda. E essa coisa é que é linda...

1 comentário:

M. disse...

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber

gostei muito. identifico-me com o que escreves. o partir e o ficar. o fingir que partimos.