A propósito da notícia sobre a abertura ao público do processo Bonnie&Clyde pelo FBI, sinto-me impelida a falar de liberdade. Não condeno nem perdoo esta dupla pelos crimes que cometeu, mas invejo-os pelo que sentiram durante esses dois anos de fuga. Penso que não haverá maior liberdade do que estar sempre na iminência de a perder. Todos nós, os mortais, jamais sentiremos a vida a pulsar nas veias como tambores primordiais; jamais, como eles, seremos baleados até a vida, a dignidade e a beleza (mas não a memória) abandonar o corpo desfeito.
O Mickey e a Mallory são a actualização muito stoniana/ tarentiniana deste mito.
Também os tenho no altar, mas dos loucos.
Estes não.