A vida vazia que fazia correr os dias havia parado no segundo em que se lembrou do que tinha deixado para trás. Acontecia-lhe muito: esquecer-se das pessoas que mais amava, como quem esquece o rosto com que se cruzou no elevador.
Ele estaria na estação do comboio, no destino combinado, na hora combinada, ontem, hoje e amanhã. Combinação peculiar para não destoar da peculiaridade do par. Teriam assim três dias para decidir se queriam partilhar a vida ou não. Se escolhiam o amor, ou não.
Escusado será dizer que no primeiro dia nenhum dos dois apareceu. Este era o segundo.
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