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Penso: a maior parte das pessoas vive assim a vida toda: com um emaranhado de fios à frente. Ligações antigas, ligações novas, ligações de sempre, todas se cruzam indiscriminadamente e já não sabemos qual o fio que devemos preservar com mais carinho, qual aquele que devemos romper o quanto antes. São todos iguais. E a vista para fora do casulo torna-se cada vez mais turva. Que fazer quando a emergência de salvar um dos fios surge? Como encontrar o fio que está tão frágil que precisa de ser reforçado, cuidado, acarinhado? Qual deles é? E a fonte não é nítida... Queremos olhar para fora do casulo, reconhecer o olhar que sabemos estar do outro lado, mas esta cegueira é a mais incapacitante de todas. O que resta?
Romper com todos os fios! Há que buscar forças e com uma implusão de revolta destruir este casulo com demasiados fios. Estalar todos eles de um só respiro. E depois? Reconstruir. Remendá-los. Um a um, aqueles que realmente te pertencem. Mas desta vez olhar e pegar em cada fio cuidadosamente e dar-lhe um lugar. Hão-de resistir. Hão-de até ficar mais fortes.
5 comentários:
É uma alegoria interessante, mas eu acho que dentro dessa densidade há uns fios que se destacam mais que outros. Eles não são todos iguais: inevitavelmente, uns estão mais perto do centro do casulo, e os outros, de tão afastados que estão, já só resta a ténue memória do fio, tão ténue que este é menos visto que imaginado - e, às vezes, a emergência de os salvar é apenas a consciência de quem não o soube conservar no seu tempo. E aí teremos de estar preparados para, na bidireccionalidade dos fios, estes não se reatarem. É a vida.
romper os fios é infinitamente doloroso...
Eu construí a minha teia cuidadosamente, num círculo organizado.. por vezes há fios que saem do lugar, mas depressa se lida com isso. Cortá-los? fui obrigada a fazê-lo há anos, numa idade em que não deveria sequer passar por isso. mas agora tenho uma teia redondinha.... =)
beijoca!
os fios não são todos da mesma cor. Pronto. Problem solved!
Racista
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