A melhor sensação que alguém poderá ter será, certamente, a de alívio, de dever cumprido. Seja ele um alívio fisiológico, uma tarefa terminada, um amigo reconfortado, desapertar o soutien ao fim do dia ou uma tese de mestrado terminada, não interessa, é o melhor que se pode ter.
A expressão facial é mais ou menos eufórica conforme a situação, mas o sentimento cá dentro é o mesmo: Já está! Não preciso mais de me preocupar com isto! Está resolvido! O que eu gostava de poder dizer isto... Neste momento sinto-me como um alcóolico a sonhar com a cura, dentro de uma loja de bebidas: "Como eu gostava, mas..." e tufa, lá vai mais uma garrafa debaixo do braço, e atiro resignada para "amanhã" essa almejada utopia.
Como o meu fígado não se ressente se eu adiar eternamente uma tarefa, desconfio que não haverá nada mais, além da minha consciência, para me levar a atingir o desejado. Maldita consciência. Nunca confiei muito nela. Dizem que as pessoas mudam (mentira descomunal!), mas nunca ouvi tal coisa acerca das consciências...
Resta-me a religião. Dizem que é para onde nos viramos quando tudo o resto não funciona. Nao faz muito sentido, pois não? Estou cheia de problemas por resolver, não encontro soluções, então vou acreditar piamente em alguma força superior a quem possa entregar as responsabilidades e a minha sorte, pronto. Tenho muitas por onde escolher. Vou investigar e averiguar qual será a mais eficiente no que diz respeito a incitar o crente a trabalhar, abandonar o ócio, rever as prioridades e finalmente tirar pesos dos ombros... humm... assim de repente nada me ocorre. Sugestões aceitam-se.
Entretanto, o Variações é que sabe.