17.4.08

Livre arbítrio

Vou chegar a casa e fazer a mala. Juntar apenas o que é indispensável à sobrevivência, não há espaço nem tempo para mais. Olhar todas as divisões e escolher um ou dois objectos para me lembrar do que fui. Deixar o resto a preencher as prateleiras, as paredes, os cantos. A casa vai ficar imóvel e silenciosa como outro dia qualquer antes de eu chegar. Desta vez não vou seguir o trilho já demarcado dos meus passos rotineiros. Vou cortar por um atalho novo, sem trilho, sem estrada, sem sentido, sem direcção. Posso seguir qualquer ponto cardeal que asas me crescerão nos braços, barbatanas entre os dedos, guelras por pulmões, tudo o que for preciso para chegar onde quero. As possibilidades que tomam forma na mente são as mesmas que tenho nas mãos. É só escolher.

The great escape - Marillion

1 comentário:

Anónimo disse...

Força, dá-lhe. Um beijo.