29.8.08

Fists up for life

Will we receive without ever asking?

I'm just curious.

Forever more, Moloko

22.8.08

Às vezes chegamos a um ponto de ruptura. Sentimo-nos a quebrar. Sabemos com uma certeza inexplicável que se dermos mais um passo algo de extraordinário vai acontecer. Bom ou mau. Encontro-me nesse preciso fio de arame e nem sei porquê: o dia de hoje foi igual ao de ontem e ao de anteontem. E estou indecisa entre avançar para um possível abismo, montanha ou vazio (sabe-se lá) e voltar para trás.

(não me posso esquecer é que "para trás" também tem os seus abismos e montanhas, já que muitas vezes contornei os problemas em vez de aplainar a paisagem)

Bloqueio.

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continuamos a emissão dentro de um número indefinido de batimentos cardíacos.


20.8.08

O amor ao canto do bar vestido de negro...

...porque outra cor qualquer feriria os olhos e a alma de tão viva.

deixa-o dormir o nosso amor, um bocadinho mais
deixa-o dormir, que viveu dias tão brutais

18.8.08

mitos

Irrita-me que o Heathcliff tenha morrido, porque este foi dos mais geniais vilões (e assim confirmo o meu encanto pelos renegados) que alguma vez vi compostos. Mais e melhor haveria para dar, sem dúvida.
Só espero que não se torne um daqueles fenómenos semelhantes ao River Phoenix que depois de morto foi mitificado por adolescentes e, por isso, esquecido nos meios que realmente importam. A parte mais importante do mito é a desmitificação e o que resta do processo. Não nos iludamos.

11.8.08

os pés no chão

Foto: Ana Franco
Se a vida fosse fácil, não gastaríamos tanto tempo a construir castelos no ar, a polir-lhe as arcadas, a compor-lhe os vitrais. No entanto, estou com estas palavras sobretudo a intimar-me a viver a vida com os pés assentes no chão, com as mãos a mexer na terra, a sentir-lhe a concretude. A esquecer as nefelibatas muralhas do-que-poderia-ser e a pôr os olhos e a acção no que invevitavelmente se agarrou aos meus dias. Afinal de contas é o que tenho de verdadeiramente meu e o que gosto de ter. Tudo o que não partilha o chão comigo só me iria roubá-lo assim de susto, quando eu menos esperasse.


(pensei isto assim de chofre quando dei por mim a cogitar sobre o que poderia fazer se... e este se congelou-me os movimentos porque trazia nas costas toda uma fileira de impedimentos. farta disto que só! vou erradicar esta palavra do meu vocabulário. irrevogavelmente)

6.8.08

Soneto da fidelidade

De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

1.8.08

Amoras

Há muito tempo atrás quando o tempo para mim ainda era tempo por gastar, lembro-me de pensar, enquanto me deliciava a comer amoras em cima da amoreira do Sr. Artur, onde estaria daí a vinte anos. Com uns ignorantes 6 anos achava que a minha vida seria igual à das outras pessoas todas e que estaria casada e com filhos, como era o mais precioso objectivo das mulheres da minha aldeia. Na verdade, acho que nunca me sonhei muito independente, ou uma mulher de carreira com costumes solitários. Será por isso que não o sou? Estará, no mofo dos desejos que formulei com 6 anos para a minha vida adulta, a verdadeira razão para a ordem dos acontecimentos?
...
Foda-se.