12.5.08

Si ya te ha dado vida, quieres más?

Essencialmente, existiram duas razões pelas quais me deixei encantar pelo filme sobre a vida de Frida Kahlo: uma foi a música da Chavela Vargas, outra foi a loucura da pintora mexicana. Incrível como encontramos, noutras pessoas, refúgio para a nossa loucura, encoberta. Desconcertante como julgamos loucos quem é genuíno e honesto consigo próprio e com os outros e não tem receio de o mostrar. Aquele que diz sempre a verdade é tido como tonto, é o Parvo de Gil Vicente. Único aquele que consegue viver assim, coleccionando rótulos e utilizando-os em composições magníficas longe dos olhares. Essas pessoas são autênticas ilhas, preciosas, por isso raras. A Frida era uma dessas pessoas, mas eu conheço outra. E é minha.

Si porque te quiero quieres, Llorona
Quieres que te quieres más?
Si ya te he dado la vida, Llorona
Qué mas quieres?
Quieres más?

3 comentários:

Maria del Sol disse...

É mesmo um filme brilhante sobre uma das figuras mais interessantes do século passado, e a questão que levantaste não podia ser mais pertinente.

Os rótulos que a sociedade cria não são outra coisa que uma mesquinha, vil e inútil tentativa de aprisionar alguém (ou algo) que é objecto da inveja generalizada. E porquê? Porque não tem receio de ousar ser livre em vez de se limitar a encaixar confortavelmente nas expectativas alheias.
Espero estar menos vezes do lado dos perplexos, que tendem a rotular (tenho de dar a mão à palmatória e admitir que agi assim) que dos respeitadores, que sabem admirar a coragem. Ser protagonista dum acto de coragem ainda me parece, muitas das vezes, um desafio pouco acessível.

Anónimo disse...

off post: n devo ter aprendido a escrever «ontém» em lugar algum porque aparentemente está errado. obrigada pelo reparo.

Anónimo disse...

Uma mulher maior que a vida, sem dúvida. O filme, sendo um bom filme, não retrata por inteiro a genialidade da pintora e inquietude da mulher mas faz-lhe justiça.