Carregar o sonho às costas, irrealizado, é doloroso. Sonhá-lo sempre longe, mas quase a tocar-lhe nos calcanhares. Enjeitar vôos desastrados a querer lá chegar. Cair por terra e lamber a poeira dos lábios como o sabor mais próximo do triunfo. Queremos chegar até ao limite dos nossos tendões, até à mais desequilibrada ponta do pé, mas está sempre demasiado alto. Esgares divinos roubam-no do nosso alcance, apenas para demonstrar a sua superioridade.
Nos dias em que me sinto um mero títere em mãos austeras, apetece-me cortar os fios e morrer.
Só para demonstrar a minha superioridade.
Nos dias em que me sinto um mero títere em mãos austeras, apetece-me cortar os fios e morrer.
Só para demonstrar a minha superioridade.
1 comentário:
E um esgar, uma dor, sempre nos mostram que estamos um pouco atrás, uns meros metros, mas é espaço, é distância. Compreendo-te, e aos meus sonhos. Sei que estou longe, mas não corto os fios, ainda não estou pronta para morrer deles. Sem eles. Tu?
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